quarta-feira, 23 de abril de 2008

Palmeiras x São Paulo

Vou começar polemizando. Expliquem-me, por favor, por que o Palmeiras mereceu a vitória? Não consigo enxergar o motivo que leva toda a imprensa esportiva brasileira a dar essa opinião. O que vimos no domingo foi um jogo feio, com raríssimas chances de gol, em que as emoções ficaram mais pelo que cercava o jogo do que pela partida em si.

Até o Palmeiras abrir o placar em uma falha de Rogério Ceni, nada tinha acontecido na partida. E se não fosse essa falha, o jogo ficaria no 0-0 ainda, dificilmente alguém criaria alguma boa chance. Depois do gol, o SP tentou sair em busca do empate, mas o time claramente não estava preparado para atacar o Palmeiras. Até o fim do primeiro tempo o que se viu foi uma desordem tática do time tricolor e uma imensa calmaria do lado alviverde. Uma única chance de gol foi criada, naquela que parece ser a única forma do São Paulo chegar ao ataque: cruzamentos na área adversária. Adriano cabeceou uma bola que parecia ir para fora, mas bateu nas costas de Gustavo e Henrique isolou.

No segundo tempo o jogo foi praticamente o mesmo. Apenas com a maior presença da bola com o SP, e do SP no campo de ataque permitindo contra-ataques ao Palmeiras. Porém, apesar de precisar da vitória o time do Morumbi assustou em apenas dois lances. Uma cobrança de falta de Jorge Wagner que quase surpreendeu Marcos e em um lançamento de Hernanes para Adriano que ajeitou de cabeça para Borges, mas este nem teve tempo de finalizar porque Henrique tirou a bola na hora H. O Palmeiras teve 2 boas chances com Valdívia. Uma de frente para o gol de Rogerio, mas o arqueiro são-paulino fez a defesa e depois no contra-ataque que fez o gol e matou o jogo. Hernanes ainda finalizou da entrada da área para boa defesa de Marcos. Enfim, nenhum lance, durante todo o jogo, que fizesse alguém se queixar se a partida tivesse terminada em 0-0. Daí a questão, por que o Palmeiras foi merecedor da vitória?

Não, não foi. E nem o SP foi.

Uma coisa é vencer e outra é merecer. Merecer no futebol não quer dizer nada, mas o Palmeiras não mereceu vencer. Não quer dizer nada, pois venceu, mas não me venham falar que mereceu. Entenderam? Mais ou menos, né? Eu também fico confuso.

O que importa é que o alviverde está na final e dificilmente Luxemburgo perde títulos como esse.

Mais do clássico
Três assuntos ainda precisam ser lembrados.

Gramado
O primeiro parece que passa batido pela maioria das pessoas. No final do ano passado a direção do Palmeiras anunciou que o Palestra Itália ficaria fechado por alguns meses para reformas no vestiário, no gramado e para finalização de uma área de imprensa moderna. O gramado foi reformado, porém, 3 shows aconteceram depois da reforma e hoje o que era um gramado novo parece um pasto velho. Quanta incompetência. Inúmeros buracos, falha no gramado, jogadores machucados como a foto abaixo de Gustavo e Marcos define bem como está o novo campo do Palestra: "Cada queda é um bife que sai da perna".

Valdívia
Provocação tem limite. Primeiro, parece que as pessoas tem problemas com essa palavra. Quando Valdívia faz uma de suas provocações, que estão tornando-se comuns, ele faz para, como diz o dicionário, “fazer perder a calma; irritar, perturbar”, infelizmente no Brasil algumas palavras foram banalizadas pela falta de educação, respeito e civilidade que prevalece na sociedade. Fazer um sujeito perder a calma, se irritar, se perturbar é natural hoje em dia, faz parte da nossa vida. Nossos governantes fazem isso conosco e nós com nossos semelhantes. Esbravejamos, discutimos, brigamos, agredimos e matamos pelo trânsito, por uma palavra mal posta, por motivos banais, portanto, provocações, desrespeitos estão aí, livres, desimpedidos e o pior de tudo, ACEITOS como atitudes naturais das pessoas. Nem Valdívia, nem Renato Gaúcho e muito menos Romário tem o direito de mandar alguém se calar, ainda mais quando isso é feito com um profissional como ele. Renato Gaúcho já apanhou de Viola por isso e quase causou um tumulto trágico no Pacaembu no inicio dos anos 90 quando atuava pelo Botafogo. A torcida do Corinthians tentou invadir o campo para pegá-lo. A culpa seria de quem? Quando não existe motivo, não existe briga. Pra mim a culpa é de quem provoca, de quem causa. Valdívia está causando.

Serei sempre contra esse tipo de situação. A sociedade, já abandonada pelos governantes, precisa de bons exemplos de seus ídolos, não de atitudes mesquinhas e desrespeitosas como essas.

Só para lembrar, Tevez mandou a torcida do Corinthians ficar quieta em 2006 depois de marcar um gol contra o Fortaleza no Morumbi. Seu carro foi alvo de socos e pontapés provenientes daqueles que foram desrespeitados. Respeite para ser respeitado.

Gás
Não vou emitir opinião até que tudo seja esclarecido.

Velha enquete, nova enquete

Como foi dito aqui na semana passada, 80% das pessoas que votaram na enquete sobre quais times fariam as finais do Paulistão 2008 apontaram que o Palmeiras passaria, acertaram.

50% apostaram na Ponte contra o Guará, e outros 50% no Guará, é lógico. Deu Ponte. Aliás, Palmeiras x Ponte foi a final que eu apontei como a mais provável.

Agora vamos ver o que dizem nossos leitores sobre o título.

Quem leva?
. Palmeiras
. Ponte Preta

terça-feira, 22 de abril de 2008

Guaratinguetá 1 - Ponte Preta 2

Foi nessa partida que trabalhei no final de semana. Pela primeira vez estive em Guaratinguetá, cidade pequena, de 125 mil habitantes, que parecia estar absolutamente parada. Quem não estava no estádio, ou estava a caminho ou estava na janela ou na porta de casa olhando a movimentação dos torcedores do time da casa ou dos mais de 3 mil pontepretanos que invadiam a cidade da Garça.

Vamos falar um pouco sobre o jogo que, sem dúvida nenhuma, foi o melhor do Campeonato Paulista até agora.

Precisando da vitória, o Guará jogou em um esquema um pouco diferente do que vinha jogando. Sim, ainda eram 3 zagueiros, mas o time possuia 4 jogadores de meio campo, sendo 2 com características ofensivas, diferentemente do que vinha utlizando. Calma que eu vou explicar. O esquema foi o 5-3-2 (que muitos consideram 3-5-2), que em alguns momentos parecia mais um 4-4-2. Os quatro jogadores DE meio campo no time do Guará (não quer dizer que todos jogaram no meio campo) eram Alê, Magal, Nenê e Michael. O esquema armado por Guilherme Macuglia foi interessante. O lateral-direito Jackson jogou como zagueiro e marcou um dos dois atacantes da Ponte, o zagueiro Toninho foi sombra do outro atacante e Renato ficou na sobra. Com isso, Alê, volante de origem, foi deslocado para a lateral direia. Magal o único volante, marcou Renato e Nenê e Michael cuidavam da armação da equipe. O esquema funcionou, já que a Ponte se apresentou com 3 volantes e isolou Renato, Danilo Neco e Luis Ricardo no campo de ataque e se limitou a buscar os contra-ataques, nos quais era bem sucedida, lógico que ameaçava menos o gol do Guará do que a equipe da casa chegava próxima de Aranha.

Ao ver o Guaratinguetá abrir o placar imaginei o pior para a Ponte. A equipe da cidade vizinha de Aparecida tem bom sistema defensivo, e a Ponte jogava desfalcada de Elias, não tinha um substituto com as mesmas características e sofreria para armar boas jogadas. Mas em um ataque não muito eficiente o goleiro Fabio cedeu o escanteio e a Macaca se aproveitou para empatar a partida e retomar a vaga nas finais. Logo depois, Michael, destaque do Guará em todo o campeonato, perdeu um pênalti, e acabou se descontrolando emocioalmente e passou mais 40 minutos em campo sem fazer nada.

O time da Garça mostrou qualidades no ataque e criou inúmeras chances de gol mostrando que não tem apenas um bom sistema defensivo, encarou a Ponte com 3 volantes e criou boas chances de vencer a partida quando o placar apontava o empate de 1-1. A Ponte ainda ficou cerca de 35 minutos com um jogador a menos após a expulsão do bom lateral-direito Eduardo Arroz, ficou ainda mais defensiva quando o técnico Sérgio Guedes colocou o também lateral-direito Raulen (que fez uma belissíma partida) no lugar do atacante Danilo Neco, arrumando novamente o sistema defensivo e fazendo duas linhas de quatro para fechar o time deixando Luis Ricardo sozinho no meio de 3 zagueiros do Guará. Até que o ex-goleiro e atual técnico decidiu colocar Wanderley para tentar segurar a bola no campo de ataque junto com Luis Ricardo, já que a única jogada da Macaca nesse momento da partida era jogar a bola no centroavante, que apesar de dominar a maioria das bolas que recebia, perdia a posse pois não tinha com quem jogar e, menos de 5 minutos depois da alteração, a opção deu certo com Wanderley marcando o segundo e matando o jogo para a Ponte.

Merecida classificação, afinal, em 3 confrontos entre as duas equipes no Paulistão 2008 a Ponte venceu os 3, sendo dois em Guaratinguetá.

Vamos as fotos do Ninho da Garça, hoje temos muito mais fotos do que o normal (lembre-se, clique na imagem para vê-la em tamanho maior):

Chegada da torcida da Ponte Preta ao Ninho da Garça:


Área de imprensa do estádio. Vejam que algumas câmeras estão logo a frente, fora das cabines. Não existem cabines suficientes, a direção do Guaratinguetá separou 3 degraus das numeradas para a imprensa. Não é o ideal, mas deu certo.


Ponte inicia o aquecimento. Ao fundo a arquibancada da torcida da casa.


Guará também aquece ao fundo.


Visão diferente do aquecimento do time da Garça.


Õutra visão da torcida da Ponte, 3 mil pessoas foram de Campinas a Guará.


Visão das cabines de imprensa e da numerada do estádio.


Ponte e sua macaca aguardam o Guaratinguetá tirar fotos para dar início a execução do Hino Nacional.


Tudo pronto para o pontapé inicial da partida. Sérgio Guedes em pé a frente do banco de reservas da Ponte na parte debaixo da foto.


Torcida da Ponte faz a festa esperando a classificação para a final do Campeonato Paulista depois de 27 anos.


Torcida da Ponte durante confusão com a PM que durou quase 30 minutos.