quinta-feira, 12 de junho de 2008

Os erros da decisão da Copa do Brasil

. Durval merecia ter sido expulso no primeiro tempo pela sequência de faltas e agressões a Herrera. Inclusive, em um único lance ele já merecia a expulsão pois chutou o argentino quando este estava no chão.
O que o juiz fez?
Marcou falta e só.

. Wellington Saci foi bem expulso, mas na verdade apenas revidou uma agressão de Carlinhos Bala. Ambos deveriam ir para o chuveiro. (Aqui cabe uma discussão muito maior, mas que não cabe nesse blog, nesse momento. Carlinhos Bala precisava provocar a reação do corintiano? É justo isso?)
O que o juiz fez?
Expulsou apenas Saci.

. Em um lance no lado direito da área corintiana, Fabinho não apenas fez pênalti em Enílton como também o agrediu. Pênalti e expulsão para o alvinegro.
O que o juiz fez?
NADA.

. Soco de Fabinho em Enílton na frente do bandeirinha perto do escanteio do lado esquerdo da zaga corintiana.
O que o juiz fez?
NADA.

. Acosta recebe a bola na área em posição normal e o bandeirinha (nordestino) marca impedimento. Lance mais fácil do que o do primeiro gol do Sport com o mesmo auxiliar.
O que o juiz fez?
Marcou impedimento.

. Acosta recebeu dentro da área e ao tentar driblar o goleiro caiu. Percebe-se que Magrão, arqueiro rubro negro, vai ao chão preparado para um chute do uruguaio, lança as pernas a frente sem a menor intenção de acertar a bola, pega na gorduchinha e carimba o joelho do camisa 25 do Corinthians.
O que o juiz fez?
Falta para o Sport.

Ainda tivemos os inúmeros lances de faltas que Alicio Pena Jr. deixou de marcar para o Corinthians e marcou qualquer encostadinha nos jogadores da casa. Mas repito, não influenciou diretamente no resultado da partida.

Sport 2 - Corinthians 0

A derrota do time de Mano Menezes ontem se deve a inúmeros fatores extra-campo. Todos eles ligados a um fator extremamente importante nesse esporte, o psicológico.

Há exatas duas semanas a CBF sorteou a ordem dos mandos de campo e a partir disso começaram as notícias, especulações, medos, contos, verdades e mentiras sobre jogar na Ilha do Retiro. Depois de quase liquidar a fatura em SP ao estar vencendo por 3-0, o Corinthians sofreu um gol no último minuto que se não abalou sua confiança, aumentou a crença nordestina.

O Sport, como um time, era fraco, mas tudo o que já haviam dito sobre o ‘alçapão’ parece que deixou o Corinthians muito longe do clima do segundo jogo. Passou a semana inteira falando que garantiria o título, que daria uma resposta a Carlinhos Bala, alimentando a força dos adversários.

Dentro de campo, a equipe passou o primeiro tempo inteiro sem jogar, apenas se defendendo. Tudo bem, o Sport, apesar de ter 70% da posse da bola, não tinha assustado, mas bastaria achar um gol que as coisas mudariam, e foi o que aconteceu. Numa saída errada de bola os pernambucanos fizeram 1-0. Nos apenas 4 minutos até marcarem o segundo gol, o time de Nelsinho Baptista ainda assustou ao encontrar buracos no meio campo e na zaga alvinegra, mas o segundo gol também foi um achado. Pronto, apesar de não fazer uma grande partida, o Sport já tinha feito o que precisava, e no primeiro tempo. A força que o Corinthians tinha, foi embora. E a fé que o Sport mantinha, se transformava em uma certeza: dá!

A confiança que um time ganhou e a que o outro perdeu determinaram como seria o jogo no segundo tempo. O Corinthians tentou chegar ao ataque, em vão, já que tinha se perdido por completo no primeiro tempo. Ao Sport bastou apenas segurar o resultado, tentando encaixar algum contra-ataque que a falta de qualidade de seus jogadores não permitiu.

Não adianta agora o Corinthians reclamar da arbitragem. Concordo que prejudicou mais o time paulista do que o pernambucano, foi caseira, mas não determinou o resultado final do jogo. O fato de ter deixado de jogar por todo o primeiro tempo foi muito mais negativo para o time de Mano Menezes do que os erros do juiz.

Aliás, erro por erro, tanto o Corinthians quanto o Sport não tiveram um pênalti marcado, os dois times não tiveram jogadores expulsos (Fabinho do Corinthians e Durval do Sport) em lances de agressão. A diferença foi apenas nas faltas que o juiz marcou em excesso contra o Corinthians e pouco contra o Sport, mas isso não modificou diretamente o resultado final de partida.

Também não concordo que o Sport tinha feito por merecer mais do que a equipe paulistana, qualquer um dos dois merecia a conquista, que por (des)ordem psicológica ficou com o time pernambucano.

Um bom exemplo de que não são só os fatores de dentro do campo de jogo que determinam o resultado final de uma partida ou de um campeonato.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Corinthians

Fui muito crítico do trabalho do Mano Menezes durante o Campeonato Paulista. Sei que com a eliminação da equipe alvinegra na primeira fase, a imprensa bateu, de leve, no trabalho do técnico gaúcho.

Hoje, os mesmos jornalistas esportivos dizem que o trabalho do Mano vinha sendo bem feito desde o estadual, mesmo com a eliminação, mas não concordo. Não vou ficar aqui falando que o trabalho é ótimo e sempre foi maravilhoso e muito bem planejado. Acredito sim no planejamento como um todo, nos planos para montar uma equipe para subir para a Série A, objetivo principal. Porém, não acredito que o Mano tenha pensado lá em janeiro que a partir do fim de abril ele escalaria a equipe de uma maneira ofensiva.

Até o segundo jogo contra o Goiás pela Copa do Brasil, o Corinthians atuava na imensa maioria dos jogos com 3 zagueiros. Algumas vezes já havia jogado com 2 zagueiros e 2 meias, mas essa era uma opção que não agradava muito o técnico alvinegro. Com a obrigação de fazer uma diferença grande de gols no jogo de volta, Mano mandou sua equipe a campo com 2 zagueiros, 2 meias e 2 atacantes. Deu certo, o time embalou e apresenta hoje um futebol de bastante qualidade e envolvimento, não deixa a defesa aberta, aumentou consideravelmente o número de gols marcados e consequentemente aumentou também os jogos em que sai vitorioso de campo. Vamos aos números.

Antes de Corinthians 4 - Goiás 0
Jogos - 23
Vitórias - 12
Empates - 5
Derrotas - 6
Gols marcados - 35 (média de 1,4)
Gols sofridos - 19 (média de 0,8)

Depois de Corinthians 4 - Goiás 0
Jogos - 11
Vitórias - 10
Empates - 0
Derrotas - 1
Gols marcados - 28 (média de 2,5)
Gols sofridos - 10 (média de 0,9)

Os números acima mostram que o Corinthians, em 11 jogos, já fez quase o mesmo número de gols que fez nos outros 23 jogos da temporada.

Também mostram que o time manteve praticamente a mesma média de gols sofridos, mas aumentou em 1 gol por jogo a média de marcados e de 11 jogos, venceu 10, quase o mesmo número de vitórias que teve nos outros 23 jogos da temporada.

Acho que a mudança de esquema fez bem ao alvinegro de Parque São Jorge, não?

terça-feira, 10 de junho de 2008

Seleção (?) Brasileira

Antes de mais nada, há alguns anos eu não torço para a Seleção Brasileira de futebol. Os motivos são inúmeros e alguns mais uma vez vieram à tona na sexta-feira passada na histórica derrota para a Venezuela.

Mais pra frente, em um comentário mais oportuno e com mais tempo eu explico os motivos que me fazem torcer contra o Brasil.

Agora, eu quero apenas tentar entender o que Dunga ficou fazendo durante os quase 10 dias que ficou com os jogadores convocados nos EUA, já que ele justificou a derrota para a Venezuela dizendo que o time não tinha treinado e por isso não se encontrou em campo?

Aliás, como se justificasse uma derrota como essa. Lembrando que a mesma seleção venezuelana venceu o forte time das Antilhas Holandesas por 1-0 ontem.

São Paulo 5 - Atlético MG 1

Esse foi o jogo que trabalhei no final de semana.

Desde sábado, dia do jogo, as opiniões que ouvi sobre essa partida são completamente diferente da minha. São Paulo x Atlético MG foi um dos piores jogos que eu já vi na vida. Aí vem o desavisado e fala "Você é louco, como pode considerar um jogo de 6 gols ruim?" Pois é, pense então em quantos jogos que terminaram em 0-0 que foram ótimas partidas de futebol? Esse esporte possibilita isso.

O time do Atlético é um dos meus candidatos ao rebaixamento, escrevi isso aqui no blog antes do início do Brasileiro, mas mesmo sendo um dos que querem cair, conseguiu me assustar ainda mais. Jogadores de baixíssimo nível técnico, outros, que são considerados bons jogadores, em uma fase assombrosa, Rafael Miranda, Coelho, Petkovic, o goleiro Juninho, triste Galo, no ano de seu centenário um time que não condiz com sua história, sofre o fiel atleticano.

O São Paulo continua sua caminhada sem rumo em 2008. Um time bagunçado, com pouca qualidade e que não consegue criar jogadas como uma equipe. Ok, não me esquecerei do quarto gol da equipe, marcado por Hugo em uma boa jogada de Jancarlos pela direita, mas é muito pouco para um time desse porte. Até o primeiro gol (8 min), eu já tinha quase dormido umas 3 vezes, já não via o momento do apito final e apostava que o jogo seria 0-0. Mas o SP tinha Hernanes. E olhei para o lado e comentei com um amigo que trabalhava comigo "esse Hernanes joga demais". Passaram-se 2 minutos e lá estava o garoto acertando um belíssimo chute para abrir o placar. Mesmo sem pressionar e nem acertar boas jogadas o SP ainda encontrou o gol em mais duas oportunidades antes dos 15 minutos. O jogo se manteve ruim, com o Atlético não conseguindo chegar ao ataque e vendo seu técnico Gallo fazer 2 substituições antes dos 30 minutos de partida. O segundo tempo viu o time de Minas atacar e assustar o São Paulo em apenas 3 oportunidades, pouco para quem perdia de 4-0. O jogo acabou 5-1.

O SP se apresentou em um esquema diferente. Para alguns, maravilhoso, para mim, uma bagunça. Três zagueiros, sendo que um fazia a função de volante (ora Alex Silva, ora André Dias) um lateral, quatro jogadores no meio sendo que dois (Jorge Wagner e Joílson) não tinham função fixa de volante ou meia e dois atacantes. O SP deu sorte de encontrar pela frente um time que teoricamente teria três atletas na defesa, seis no meio campo e um no ataque, mas que a baderna tática era tão escandalosa que conseguiu sofrer três gols em quinze minutos, sendo que dois deles de fora da área, de frente para o gol. E aí vem a pergunta, onde estavam os seis jogadores do meio????

Assim dá para se ter uma idéia do que foi o Atlético MG no sábado. Depois das substituições e da melhor arrumação tática que o técnico Alexandre Gallo fez, o time conseguiu se equilibrar em campo (não equilibrar o jogo, que já foi totalmente equilibrado em um nível técnico extremamente pobre) e o jogo no segundo tempo acabou empatado por 1-1.

Horrível, péssimo, triste. E o pior é ouvir todos falando que o SP está recuperado, brincadeira mesmo.