quinta-feira, 5 de junho de 2008

Cuca no Santos

O Santos fez uma boa contratação para o comando técnico do seu time. Cuca é um dos treinadores que mais evoluiu nos últimos anos e da nova geração, até agora, é o que está mostrando que sabe montar um time para jogar futebol. A nova geração de técnicos se prepara para não deixar o adversário jogar, Cuca prepara seus times para jogar, dominar o adversário, se impor.

Confesso ter ficado desapontado com a saída dele do Botafogo, óbvio, não conheço os motivos a fundo, mas pelos motivos divulgados, considero a saída do treinador do clube carioca uma demonstração de falta de crença no próprio trabalho. Disputar 12 jogos decisivos em 2 anos, seja de Campeonato Carioca, Copa do Brasil, Copa Sul-americana não é pra qualquer um, ainda mais em um clube como o Botafogo, que não tinha destaque nacional há pelo menos 12 anos. O time da estrela solitária em alguns períodos de 2007 e 2008 foi considerado o melhor time do Brasil, com o futebol mais envolvente, mais bonito, não víamos o Botafogo como um grande há muito tempo, e convenhamos, Cuca nunca teve um elenco de grandes jogadores no alvinegro. Não Cuca. O seu trabalho era fantástico, surpreendente, acho que você deveria ter tido mais paciência, maior perseverança, com certeza chegaria o momento de você escrever definitivamente seu nome na história do clube, o tratamento, o carinho, o respeito que os torcedores, diretores e jogadores botafoguenses têm por você é raro no futebol brasileiro nos dias de hoje, com certeza eles queriam muito que você conquistasse um título no Botafogo.

Fiquei com a sensação de que Cuca desistiu no meio do caminho, por isso minha decepção. Acho que o Santos tem menos a oferecer para o treinador do que o Botafogo oferecia, mas também acho que Cuca pode fazer um bom trabalho, não por ter um grande time, mas por ser um grande treinador.

Não podemos esquercer, no Botafogo ele tinha um grupo com Wellington Paulista (que não parou em clube nenhuma na carreira), Diguinho (quem????), Alessandro (nossa senhora), Castillo (frangueiro), Fabio (como pode ser jogador de futebol esse cara?), Leandro Guerreiro (quando o cara tem esse apelido é que futebol ele não tem, então ele fica correndo como se fosse um ‘guerreiro’), Zé Carlos (tecnicamente fraco), Túlio (carniceiro), Renato Silva (grosso), André Luis (PÉSSIMO), todos jogadores abaixo da média, sem falar que o tal de Lucio Flavio só deu certo lá. Mas também só aparece em jogos contra Madureira, Mesquita e etc. Ano passado o grupo contava com cada goleiro horrível, Max, Julio Cesar e outros, Luis Mário no ataque, Joílson na lateral direita, Juninho na zaga junto com Asprilla, revelado pelo Paulista, Iran na lateral esquerda, ente muitos outros.

Olhando pelo lado santista, sobre a contratação: melhor impossível. O Santos hoje tem um time pronto para buscar o rebaixamento, mas com Cuca provavelmente vai fazer uma campanha melhor do que a qualidade dos jogadores permite.

Corinthians 3 - Sport 1

Ontem as duas equipes disputaram a primeira partida das finais da Copa do Brasil.

No Morumbi lotado, o Corinthians conseguiu sufocar o Sport de maneira tal que conseguiu um resultado inesperado. O time pernambucano só finalizou pela primeira vez no jogo aos 35 minutos do primeiro tempo, quando Carlinhos Bala arriscou um chute de longe que passou sem assustar Felipe. Sem Lulinha e com Alessandro em seu lugar, Mano Menezes armou o time no tradicional 4-4-2, com um meio campo em um desenho de losango em que Fabinho, que viveu uma noite quase perfeita, protegia a defesa, Eduardo Ramos tinha liberdade para alimentar o ataque, buscando sair pela esquerda do campo, Alessandro fazia o mesmo pela direita, com a obrigação de chegar com força junto a Diogo Rincón, que encostava nos atacantes, Herrera e Dentinho.

O Corinthians foi criando boas chances de abrir o placar, mas parece que a vontade de marcar um gol acabou atrapalhando em alguns momentos em que o time se precipitou ao finalizar algumas jogadas. De tanto pressionar, Dentinho conseguiu abrir o placar depois de um bate e rebate numa cobrança de escanteio. O Sport não pareceu sentir muito o gol, afinal já estava meio abalado desde o início da partida, não com a pressão da torcida, mas com a pressão do time mesmo. Logo o Corinthians marcou o segundo gol e continuo criando chances para fazer o terceiro. O time pernambucano não imaginava sofrer o gol no início, esperou a pressão do Corinthians, ficou recuado sem buscar muito jogo. Porém a força, entrega e dedicação dos jogadores alvinegros fez o Sport quase perder o título no primeiro tempo dos quatro da decisão.

No segundo tempo o Corinthians resolveu esperar o Sport e apostar nos contra-ataques, mas não conseguiu armar jogadas de qualidade para fazer os gols. Chamou o rubro-negro para o seu campo (time de Nelsinho Baptista teve 63% de posse de bola no segundo tempo) e correu o risco de sofrer um gol que apagaria toda a bela partida da equipe na etapa inicial. Mano colocou Acosta no lugar de Diogo Rincón para adiantar mais a equipe para o contra-ataque e logo deu certo, em um passe errado de Luisinho Netto, Herrera, esperto, roubou a bola da zaga pernambucana, chamou dois marcadores pra cima e rolou para a esquerda num lindo passe para Acosta fazer o terceiro. A tática deu certo. Porém, faltando 5 minutos para o fim da partida, quando todos já se preparavam para colocar uma mão e meia na taça, Mano tirou Alessandro e colocou Fabio Ferreira, chamando ainda mais o Sport para dentro da área do Corinthians que acabou perdendo força na ligação para o contra-ataque e como o Sport não saiu mais do campo de ataque acabou encontrando o seu gol no último minuto.

Esse gol deixa a final aberta. Com 3-0, os rubro-negros teriam que fazer 4-0 para serem campeões direto, agora só 2-0. Um gol tirou a vantagem alvinegra pela metade, mas não se pode ignorar que existe uma boa vantagem, que o Corinthians não é um time bobo com jogadores inexperientes, então por mais que um gol tenha recolocado o Sport na disputa, a vantagem ainda existe e é boa, basta encarar o jogo com seriedade para garantir vaga na Libertadores de 2009.

Palmeiras 1 - Atlético PR 0

Assim como a partida entre Santos e São Paulo, que assisti ao primeiro tempo e depois vi a reprise da etapa final, Palmeiras x Atlético PR foi um jogo de baixíssima qualidade. Aliás, isso está bastante comum nos 4 times paulistas que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro.

A partida entre o alviverde paulistano e o rubro negro paranaense teve raras oportunidades de gol. O Palmeiras sem Valdivia foi um time absolutamente previsível. Luxemburgo armou um falso 4-3-3, variando para um 4-2-4 com um meio campo pouco marcador esperando que o Atlético PR viesse se defender no Parque Antártica. Com Denílson aberto pela esquerda, Kleber e Alex Mineiro centralizados e Diego Souza ora pela direita ora pelo meio, o Palmeiras encheu o campo de ataque de jogadores e facilitou a marcação adversária, pois o Atlético se fechou para marcar essa enorme quantidade de jogadores no seu campo de defesa e o esquema tático organizado por Luxemburgo foi uma armadilha para a sua própria equipe.

O time de Roberto Fernandes, técnico que fez sucesso no ano passado com a campanha de recuperação do Náutico no Brasileirão, se aproveitou dos espaços deixado pelo ofensivo time do Palmeiras e assustou em rápidos contra-ataques, chegando até a fazer um gol, mal anulado pela arbitragem que viu impedimento inexistente no lance. O Atlético até tinha qualidade, mas faltava mais força no ataque para fazer os gols. Wallyson, garoto da base do time paranaense e Marcelo Ramos, experiente atacante, não faziam boa partida e por isso o alviverde se livrou da derrota.

No segundo tempo, Luxemburgo tentou acertar o time alviverde, mas só conseguiu melhorar um pouquinho com a entrada de Jumar, jogador de meio campo, no lugar de Denílson, assim sobrou mais espaço para Kleber e Alex Mineiro. Em uma das únicas jogadas bem trabalhadas pelo Palmeiras o centroavante, ex-jogador do Atlético PR deu a vitória ao time da casa.

Roberto Fernandes montou o Atlético em um 5-3-2 com dois laterais com forte apoio ao ataque, apenas um volante e acabou surpreendendo o Palmeiras. Com qualidade no toque do bola soube surpreender o alviverde em SP e quase saiu com a vitória. Nei, lateral direito rubro negro, foi o melhor jogador em campo, bastante perigoso no ataque, só que sentiu falta de maior poder de definição dos atacantes.