segunda-feira, 10 de março de 2008

Comemorações

Com uma semana de atraso o blog fala sobre as comemorações provocativas que estão virando moda. Antes tarde do que nunca.

Ouve-se dizer o tempo todo sobre as comemorações: "O futebol sempre foi isso aí, não podemos deixar a graça do futebol acabar". Discordo.

Se o futebol virou profissional, tem que ser tratado como tal e os protagonistas precisam ter postura digna de tal seriedade. Incoerente a pessoa que pede aos clubes o profissionalismo do futebol europeu e defende o amadorismo em outras horas.

Quem já jogou futebol sabe o quanto uma simples 'pelada' mexe com os brios. Vira e mexe os ânimos ficam exaltados e muitas brigas acontecem em uma simples disputa entre amigos. Respeito ao companheiro de profissão e, muito além disso, respeito ao ser humano que defende outra 'empresa'.

Quando falamos em provocar o adversário, é sempre no sentido de fazer perder a calma, irritar, perturbar alguém. Isso, sabemos, não é sadio. Ponha-se no lugar do jogador irritado.

Não concordo com esse tipo de comemoração. Souza errou. Valdívia errou. Podem ambos serem agredidos por tais fatos, agressão não justifica, mas normalmente tem motivo. Não se pode punir apenas o agressor, afinal, se esse não tivesse sido provocado, não teria agredido. Em um caso como esse, punição para os dois. Agressão não é apenas física. Fora do futebol dizem que palavras machucam mais que socos, isso também não vale para o esporte?

André Kfouri escreveu em seu blog a respeito do Souza (recomendado na sessão 'boas leituras' do lado direito da página) e eu reproduzo aqui:

"A torcida do Flamengo é uma das coisas mais lindas do futebol. Custa-me crer que, em vez de correr na direção dela e admirar a cena, um jogador prefira outro tipo de comemoração."

Qualquer um que goste de futebol sonha em fazer um gol em um estádio para uma platéia de 100, 1.000, 10.000 ou 100.000 pessoas. Não consigo entender não só o Vladivia, mas qualquer jogadore que provoque o adversário.

Quando o Romário mandava a torcida adversária calar a bola ninguém gostava da provocação...

'Pimenta nos olhos dos outros é refresco.' É assim o ditado?

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